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20010
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Livro capa mole
Há menos de um ano, Elvídio de Oliveira era para mim um ilustre desconhecido. Sê-Io-á, certamente, para a maioria do público leitor angolano que, com o crescimento do país, que se nota a olhos vistos, e com a sua entrada no processo democrático não tão visível, se transformou num público leitor cada vez maior e mais exigente. Estou convencido que, a partir do momento em que este "Será a matemática um bicho de sete cabeças"? tiver contacto com o pú- blico, deixará Elvídio Oliveira o anonimato para pertencer à classe dos autores respeitados da nossa praça. Dada a actual situação do nosso país onde a ausência de uma política do livro é cada vez mais notada, não é de espantar que cer- tos estudos e reflexões dificilmente encontrem refúgio no papel. E mesmo quando o encontram, raramente chegam às pouquíssimas bibliotecas, ficando expostas às poeiras acumuladas nas estantes das escassas livrarias que vão dando vida ao nosso meio literário. Entendido o problema neste contexto, são raras as editoras que se abalançam a dedicar-se, de forma continuada, à edição de tex- tos deste género, o que é lamentável. Porém, não é o caso da Chá de Caxinde que aposta seriamente em técnicos como Elvídio Oliveira, gente que pode desempenhar um importantíssimo papel neste quadro de necessidades que o país enfrenta, mormente o de superar o analfabetismo funcional de parte significativa de uma população que precisa de ascender a uma posição cidadã na sociedade. Levando-se em linha de conta um panorama tão pouco ani- mador, é justo que se destaquem os raros empreendimentos que procuram preencher o vazio existente e que constituem excepções de grande mérito. No caso de Elvídio Oliveira, um homem a abeirar-se dos 80 cacimbos de vida, não sendo um especialista na área da matemáti- ca (isso mesmo nos sugere o seu curriculum), na sua longa per- egrinação pelos caminhos do ensino, se dedicou ao estudo dos fundamentos da psicologia infantil e à ministração da disciplina de matemática, o que o levou a concluir que "as dificuldades encon- tradas na aprendizagem da Matemática enraízam não só na inade- quação dos métodos utilizados na transmissão dos conhecimentos clássicos elementares às crianças de dois a três anos mas também a alguns tropeços linguísticos", torna-se imperioso um incentivo. Pela coragem e pelo sentido de responsabilidade que transmite a muitos de nós; pelo novo fôlego que nos faz sonhar a possibili- dade de podermos manter com os agentes do ensino uma relação produtiva para consolidar processos e experiências, louvem-se to- das as iniciativas deste género. Das conclusões de Elvídio Oliveira emergiu a obra que a Chá de Caxinde tem a honra de apresentar ao público e, por isso, resta- me dizer, para finalizar: Parabéns e todo o meu respeito, senhor mais-velho Elvídio Oliveira! Luanda, 26 de Julho de 2005 JACQUES arlindo dos santos
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Author Elvídio Oliveira
Publisher Chá de Caxinde
Edition no. 1
Year of publication 2005
Page numbers 88
Format Livro capa mole
Language Portuguese
ISBN 9728934025
Country of Origin Angola
Dimension [cm] 21 x 13,7 x 0,7
About Author Elvídio Serrão da Veiga de Oliveira Nasceu na Calçada Paiva de Andrade, nº 6, Freguesia dos Remédios, Concelho de Luanda, aos 19 de Maio de 1926. Fez os estudos primários no Colégio Moderno, em Luanda e os secundários no Liceu Diogo Cão, no Lubango, onde concluiu, em Janeiro de 1944, o Curso Complementar de Ciências. Logo na primeira classe, apercebeu-se de ser a multiplicação uma soma sucessiva de parcelas iguais. No Lubango, observou como fazia a população local a distribuição de objectos. A sua curiosidade levou-o a interessar-se, na disciplina de Português-Latim, pela evolução das palavras do Laitm para o Português; nas disciplinas de Educação Moral e Cívica e de Filosofia, centrou a sua atenção na área de Psicologia e, extracurricularmente, estudou os fundamentos da Psicologia Infantil. Desde muito cedo se apercebeu das dificuldades sentidas pelos seus condiscípulos e colega s na área da Matemática, prestando-lhes a ajuda que precisavam. Em 1962, foi convidado, pelo Colégio “Infante de Sagres” da Gabela, a ministrar as disciplinas de Matemática, Física, e Química aos seus alunos do segundo ciclo (31, 41 e 50 anos), com o acordo da Direcção da Educação de Angola. Essa actividade estendeu-se até ao ano de 1965. Em 1975, voltou ao ensino, na escola secundária da Gabela (Comercial, industrial e Liceu) para ministrar as disciplinas de Física e Química, tendo participado na reciclagem geral dos professores do ensino secundário promovida pelo Ministério da Educação. A articulação de todos os conhecimentos adquiridos, quer a nível académico quer pela observação directa, levaram-no a concluir que as dificuldades encontradas na aprendizagem da Matemática enraízam, não só na inadequação dos métodos utilizados na transmissão dos conhecimentos básicos elementares às crianças de dois a três anos mas também a alguns tropeços linguísticos. Dessas conclusões emergiu esta obra.
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